quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

VERGONHA: Piauí possui maior número de cidades que reprovam no país

MEC afirma que 39 municípios piauienses reprovam 20% ou mais dos alunos do ensino fundamental na rede pública.

 O Piauí é o Estado com maior número de municípios com altas taxas de reprovação do Brasil, segundo dados do Censo Escolar 2010, do Ministério da Educação (MEC). São 39 cidades que reprovam 20% ou mais dos alunos da rede pública ao fim do 1º ano do ensino fundamental. 
 
No Estado, os índices mais altos estão em Lagoa do Piauí, com 48,4%, e Aroeiras do Itaim, com 47,4%. No país, são 151 cidades listadas na pesquisa do MEC, sendo 81 delas no Nordeste. Nenhum município citado é capital.

O número representa 2,7% do total de cidades brasileiras. Mesmo assim, especialistas consideram a situação alarmante. Há municípios onde metade das crianças, que nessa época da escolaridade têm cerca de 6 anos, repetem.

Os dados foram mapeados pelo pesquisador e economista Ernesto Martins Faria. Ele considerou as redes estaduais, municipais e federal.

No Sudeste, a segunda região com maior número de cidades, 40 municípios reprovam mais de 20% dos estudantes do primeiro ano. O Estado campeão é o Rio de Janeiro, com 31 cidades, incluindo Petrópolis (20,7%) e Paraty (24%). São Paulo tem apenas um município entre os 151: Aramina, a 450 quilômetros da capital, com 26% de reprovação.

Faria, autor do estudo, considera inadmissível reprovar alunos aos 6 anos, com raras exceções. "A reprovação ainda é uma questão cultural que existe em algumas regiões do País."

O MEC é contra a reprovação de crianças nessa faixa etária, mas Estados e municípios têm autonomia. Além disso, as diretrizes curriculares para essa etapa de ensino sugerem que não haja reprovação nos três primeiros anos do ensino fundamental, já que é nessa época que ocorre o ciclo de alfabetização da criança.

Cesar Callegari, membro da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional (CNE), afirma que os altos índices de reprovação estão relacionados à taxa de freqüência e critica os sistemas que encaram a aprovação como promoção automática.

"Mas as diretrizes nacionais afirmam que, mesmo em se tratando de baixa presença - por conta de secas e enchentes de rios, em lugares distantes, por exemplo -, o sistema de ensino tem a obrigação de criar maneiras especiais para que a criança tenha acesso à escola (...) Essa tradução fácil que ainda ocorre no Brasil provocou um dos piores estragos que se tem notícia na história da nossa educação", afirma.

Fonte: Thiago Bastos
Com informações do Estadão
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