segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O ÚLTIMO DIA DO ANO - SÉRGIO EMILIANO

Último dia do ano.
 
São seis horas da manhã e ouço a Ave Maria que vem do alto da torre da igreja. A rua não acordou pois o leiteiro não passou gritando e nem os  feirantes arrastam chinelos conversando rumo ao mercado. No fundo, eu esperava que fosse um dia diferente , que não fosse tempo de lua cheia que ainda brilha num céu sem sol.
 
Sinto uma tristeza quando ouço os primeiros sons que vem da cozinha enquanto a mamãe faz o café. É como se a calma desse último dia, provasse uma dor enquanto vai sendo quebrada. O som característico do fogão sendo ligado...tríiiiiiiiisssss. A água da torneira vai caindo na pia de inox e se mistura com o café frio de ontem desemborcando no rego ainda seco, invadindo assim, as raízes do pé de limão já extremamente úmidas.
 
Deitado, vou tentando decifrar todos os sons. O chacoalhar dos talheres sendo jogados na mesa, o pires se separando da xícara, o barulho da cuscuzeira fervendo deixando subir a fumaça quente com cheiro de
milho. Aporta da geladeira se fecha e sei com absoluta certeza que de lá saiu a manteiga, o queijo duro e um melão daqueles bem doce.
 
Último dia do ano que não amanheceu chovendo como ontem. Caiu uma chuva tão fina, que não se conseguia ouvir ela batendo no telhado, nem escorregando pela calha de zinco.
 
Ainda sem querer levantar, sou asfixiado pelo cheiro do café e pulo da rede. Abro o freezer e retiro uma banda de leitão. Será descongelado e temperado para o almoço do dia primeiro. São as crendices que nos
contaminam e fazemos de conta que acreditamos piamente. Ainda bem que temos romãs maduras no quintal. Já pensou?
 
A televisão foi ligada e exibe uma reportagem sobre a queima de fogos no réveillon do Rio. A mesma coisa do ano passado: as balsas, o chuvisco eterno durante a noite e turistas embasbacados com a beleza
de Copacabana.
 
Por aqui,  logo mais à noite, consegui reunir uns trinta amigos. Beberemos, torceremos uns pelos outros, tocará um dance sofisticado e a gula será saciada. São ritos, são repetições em que não abro mão, pois me faz sentir vivo.
 
Zero o calendário gregoriano, zero as contas...2012 já será passado e como tal, deverá ser esquecido. Passou, vamos atrás de novas emoções e eu estou de peito aberto esperando por elas.
 
Feliz ano novo para todos.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Doze cidades ainda esperam novas eleições municipais

Doze cidades brasileiras já têm data marcada para voltar às urnas em 2013 e escolher os seus novos prefeitos. Isso acontecerá porque, nesses municípios, o candidato eleito teve o registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)mas conseguiu mais de 50% dos votos válidos. Quando essa situação ocorre, a legislação diz que o segundo colocado não pode assumir o cargo.

A primeira cidade a realizar as chamadas eleições suplementares será Guarapari, no litoral do Espírito Santo. O novo pleito está marcado para 3 de fevereiro. Segundo o calendário eleitoral, os partidos terão até esta sexta-feira para registrarem as candidaturas. A campanha eleitoral está liberada a partir do sábado.

O candidato que conquistou mais votos em Guarapari, Edson Magalhães (PPS), foi barrado porque concorria ao terceiro mandato, segundo entendimento da Justiça Eleitoral. Em 2006, ele era vice-prefeito e assumiu a administração da cidade após a cassação do então prefeito. Eleito em 2008, conseguiu se reeleger em 2012, mas sua posse foi barrada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES). Fora da disputa, ele já declarou que vai apoiar seu vice, Orly Gomes (DEM), na eleição de fevereiro.

A próxima leva de eleições suplementares será no dia 3 de março. Moradores de quatro cidades de Santa Catarina (Balneário Rincão, Campo Erê, Criciúma e Tangará), três do Rio Grande do Sul (Erechim, Eugênio de Castro e Novo Hamburgo), uma da Bahia (Camamu) e uma de Mato Grosso do Sul (Bonito) terão de voltar às urnas. Em 7 de abril, será a vez dos mineiros de Biquinhas e São João do Paraíso escolherem seus novos mandatários.

Os custos de cada eleição varia de município para município, pois leva em conta critérios como a quantidade de eleitores e dificuldade de comunicação e acesso à cidade. Enquanto as novas votações não forem realizadas, o TSE determina que o presidente da Câmara de Vereadores da cidade assuma a prefeitura. A posse dos prefeitos eleitos em outubro está marcada para terça-feira. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Prefeito Paulo Martins acredita no nome de Wellington para 2014 mesmo após a derrota em Teresina

“Nas eleições deste ano em Teresina, um quarto dos eleitores dizia que não votaria em Wellington para prefeito porque o queria ver governador de novo. Então mesmo com a derrota, as eleições serviram para que o senador pudesse conhecer mais Teresina e saber de suas necessidades. Sem falar que muitas lideranças do interior do Estado contavam com o apoio de senador Wellington, mas como foi candidato isso não se concretizou”, destacou o prefeito.


Imagem: Brunno Suênio/GP1Paulo Martins(Imagem:Brunno Suênio/GP1)Paulo Martins

Mesmo acreditando na força política de Wellington Dias, Paulo Martins lembrou que a disputa pelo Palácio de Karnak contará com nomes fortes. “Teremos nomes fortes disputando o governo do Estado em 2014 como o PMDB, PTB, mas sabemos da aceitação que Wellington Dias possui como senador assim como teve quando foi governador também”, lembrou.

sábado, 29 de dezembro de 2012

Professores poderão fazer residência como parte da formação profissional

BRASÍLIA, DF, 29 de dezembro (Folhapress) - A realização de uma residência pedagógica, semelhante à residência médica oferecida aos estudantes de medicina, pode tornar-se obrigatória no país para formação dos professores de educação básica. A proposta consta de projeto de lei do Senado, pronto para entrar na pauta da Comissão de Educação, Cultura e Esporte em fevereiro, na retomada dos trabalhos. As informações são da Agência Senado.

De autoria do senador Blairo Maggi (PR-MT), a proposta acrescenta um parágrafo ao artigo 65 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional com objetivo de melhorar a qualificação dos professores da educação infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental. A residência pedagógica funcionaria nos mesmos moldes da médica: uma etapa posterior à formação inicial, com duração mínima de 800 horas e bolsa de estudos.

Para justificar a medida, Blairo Maggi argumentou que parte da dificuldade de alfabetização das crianças brasileiras com até oito anos de idade se deve às condições estruturais na formação dos professores. Dentre elas, o senador destacou o aumento de instituições de ensino de qualidade discutível.

A matéria, que será apreciada em caráter terminativo pela comissão, teve voto favorável do relator, senador Ivo Cassol (PP-RO). Cassol reconhece a má formação dos professores brasileiros, comprovada pelos sucessivos resultados insatisfatórios dos exames de avaliação de ensino. Para ele, a qualificação e a adequada formação dos docentes constituem "pré-requisito" para o sucesso profissional no magistério, assim como para a obtenção de resultados acadêmicos relevantes pelos estudantes.

O relator lembra ainda que, em audiência pública promovida em 2009 pela comissão para debater a ideia, já proposta anteriormente pelo ex-senador Marco Maciel, profissionais da área se mostraram entusiasmados com a residência pedagógica.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Inep divulga notas mínimas e máximas do Enem

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) divulgou nesta sexta-feira as notas máximas e mínimas nas quatro provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012. Confira:
 
Ciências Humanas e suas tecnologias
Mínimo: 295,6
Máximo: 874,9
 
Ciências da Natureza e suas tecnologias
Mínimo: 303,1
Máximo: 864,9
 
Linguagens e códigos e suas tecnologias
Mínimo: 295,2
Máximo: 817,9

Matemática e suas tecnologias
Mínimo: 277,2
Máximo: 955,2

Dilma adia para 2016 implantação definitiva do novo acordo ortográfico

O governo brasileiro adiou por mais três anos o início da obrigatoriedade do uso do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. As novas regras, que passariam a valer daqui a quatro dias, só poderão ser cobradas a partir de 1.º de janeiro de 2016. Até lá coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor e a nova norma estabelecida por meio do acordo. O novo prazo consta de decreto presidencial publicado nesta sexta-feira, 28, no Diário Oficial da União.

A partir da adoção definitiva pelo Brasil das normas estabelecidas pelo acordo, os concursos públicos e as provas escolares deverão cobrar o uso correto da nova ortografia. Documentos e publicações deverão também circular perfeitamente adaptados às novas regras.

A adequação dos livros didáticos começou em 2009, quando o acordo entrou em vigor e começou o período de transição.

No início do mês, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO) já havia antecipado que o governo federal adiaria a entrada em vigor do acordo. Na ocasião o senador, membro da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, disse acreditar que o ideal seria elaborar um outro acordo, com maior participação da sociedade, e que só passasse a valer a partir de 2018.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), assinaram o acordo ortográfico em 1990. Na época, o Timor-Leste, que hoje faz parte da CPLP, ainda não era uma nação independente - o país só aderiu ao acordo em 2004.

Cada país deve ratificar o documento assinado e definir os prazos para a entrada em vigor do novo acordo.
Em Portugal, a reforma foi ratificada e promulgada em 2008 e as novas regras entraram em vigor em maio de 2009, com a previsão de se tornarem obrigatórias em seis anos a partir dessa data. No Brasil, o acordo foi ratificado em setembro de 2008 e as novas regras já estão em uso, embora em caráter não obrigatório, desde 1.º de janeiro de 2009.

O acordo também já foi ratificado por Cabo Verde (2006), São Tomé e Príncipe (2006), Guiné-Bissau (2009) e Timor Leste (2009). Moçambique e Angola ainda não ratificaram o documento.

Fonte: Estadão.com
 

NOTA DE CORTE NO SISU - ENTENDA COMO FUNCIONA




     Uma vez por dia, o Sisu calcula a nota de corte (menor nota para ficar entre os potencialmente selecionados) para cada curso com base no número de vagas disponíveis e no total dos candidatos inscritos naquele curso, por modalidade de concorrência.


Atenção: a nota de corte é apenas uma referência para auxiliar o candidato no monitoramento de sua inscrição, não sendo garantia de seleção para a vaga ofertada. O sistema não faz o cálculo em tempo real e a nota de corte se modifica de acordo com a nota dos inscritos. A nota de corte só será informada pelo sistema a partir do segundo dia de inscrição.


         Durante o período de inscrição, o candidato poderá consultar, em seu boletim na página do Sisu, a sua classificação parcial na opção de curso escolhido. A classificação parcial é calculada a partir das notas dos candidatos inscritos na mesma opção. Essa classificação é apenas uma referência e pode ser observada pelo estudante durante o período em que o sistema estiver aberto para as inscrições. Ao final do período de inscrição, é divulgada a lista de selecionados e em seu boletim de acompanhamento o candidato pode consultar a sua classificação e resultado final.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

APELANDO PARA O PAPAI NOEL.

Estamos vivendo uma seara fértil em talento. Cronistas refinados nos brindam com um olhar muito especial sobre o nosso torrão.

Edilene Pinho é uma dessas essoas. Safra nova, cheia de vigor e com um olhar crítico aos nossos crônicos problemas sociais e políticos.

Vale a pena ler eessa cartinha a Papai Noel.

"Querido Papai Noel, moro em Campo Maior- Piauí, tenho nove anos e estudo em uma Escola Pública na zona rural. Faço o 4ª ano do Ensino Fundamental e na minha sala tem apenas uma Tia que é responsável por todas as disciplinas e todo dia ela sai de casa que fica a uns 9 km , só para lecionar e o salário dela, assim como de muitos outros professores que moram em cidades em que a porca comeu o prefeito está atrasado uns três meses.

Por isso hoje quero lhe fazer um pedido, Papai Noel: que o senhor pegue um peixe bem grande para levar para o Prefeito de minha cidade para ver se ele paga o dinheiro de todos os professores, pois meu pai disse, Papai Noel, que para as coisas darem certo na política você tem que ter um peixe bem grande.

Papai Noel, minha Tia é muito boa. Na aula de Religião ela me ensinou que devemos ter Fé, por isso, Papai Noel , peço que diga pra ela ter Fé que um dia esse dinheiro sai.

Papai Noel, minha Tia é tão maravilhosa que mesmo com o salário atrasado ela me ensinou a conjugar o verbo receber e ela também me ensinou o verbo pagar. Papai Noel, por favor, ensina esse verbo para o Prefeito.

Em Ciências, Papai Noel, ela ainda não me ensinou sobre a Cadeia Alimentar, mas eu penso que, na Cadeia Alimentar, a pessoa come na cadeia. Papai Noel, leva todos esses políticos bandidos que não pagam o salário dos professores em dia para comer a Ceia na cadeia.

Em Geografia, vou estudar agora sobre limpeza pública, e eu ouvi o Prefeito falando na Rádio sobre enxugar a folha de pagamento. Será que ele lavou o dinheiro da Tia?

Neste Natal, não quero receber boneca da Barbie, e nem da Polly, eu só quero que o Prefeito respeite e valorize os professores, que é pra eles não precisarem fazer greve, porque isso só vai nos atrasar.

Feliz Natal, Papai Noel, e Feliz 2013 e que o Ano 13 seja 10 e de sorte. Papai Noel, não vá entender mal, não é 13+10, por favor, Papai Noel!"

Edilene Pinho

A verdadeira origem da palavra "forró"

A origem mais conhecida da palavra "forró" conta que os ingleses que viviam em Pernambuco, no início do século XVIII, colocavam placas com a expressão "For all" (para todos) na entrada dos bailes que promoviam, indicando que todos podiam participar da festança embalada pelo ritmo nordestino, e assim a palavra acabou se aportuguesando. A verdade, porém, é que "forró" vem de "forrobodó", uma expressão que dava nome a festas recheadas de música, dança e aguardente. O primeiro registro conhecido da palavra data de 1733, no jornal O Mefistófolis: "Parabéns ao Dr. Artur pelo grande forró realizado em sua casa..."

domingo, 23 de dezembro de 2012

'Cota não resolve problema da educação. Ela cria ilusão'

Eunice Durham, professora de antropologia da USPEm agosto, a presidente Dilma Rousseff assinou a chamada lei das cotas, que reserva 50% das vagas de universidades federais a estudantes oriundos de escolas públicas de ensino médio. Nesta semana, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, lançou um programa de inclusão social para as três universidades públicas paulistas, USP, Unicamp e Unesp – apontadas nos rankings internacionais como centros de excelência em pesquisa no Brasil. "Embora a proposta pareça um pouco melhor do que a lei federal, está longe de ser a solução", diz a antropóloga Eunice Durham.

Ex-secretária de política educacional do Ministério da Educação, membro do Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da USP e estudiosa do ensino superior, Eunice acusa a nova proposta de carregar o mesmo discurso e enganos revelados em 2002, quando foi adotada pela primeira vez no país o mecanismo de reserva de vagas (por raça, então), na UFRJ. "Tanto as cotas raciais como as cotas sociais são remendos demagógicos", diz. "Existe uma grande desigualdade educacional entre pobres e ricos, negros e brancos. Mas a questão é que isso está sendo combatido no lugar errado. Querem consertar as desigualdades do Brasil na porta da universidade, sendo que o problema se origina na educação básica."

Para quem acha que a posição é ideológica, a professora oferece números. "Mesmo com toda essa propaganda de que a universidade agora está de portas abertas para os alunos da rede pública, 95% da população jovem vai seguir fora da universidade pública." Mais efetivo e justo, defende a antropóloga, seria a criação e manutenção, pelas universidades públicas, de cursos pré-vestibulares que preparassem os estudantes da rede pública para o ingresso no vestibular. "Desde que a universidade chegou ao Brasil, as famílias ricas recorrem a esse tipo de aulas adicionais para garantir que seus filhos tenham o conhecimento necessário para passar no vestibular. Por que não oferecer a mesma oportunidade para os pobres?", indaga a estudiosa. Confira a seguir trechos da entrevista que ela concedeu ao site de VEJA.

Como docente da USP e membro da comunidade acadêmica, como a senhora recebeu a notícia de que a universidade deve aderir ao programa de cotas do estado? Embora pareça um pouco melhor do que a lei federal, a proposta do governo estadual está longe de ser a solução. A ideia pode até ser aproveitada, mas precisa ser melhor analisada. Não podemos implementar um plano assim, sem testar outras alternativas.

Quais os problemas das políticas de cotas? Tanto as cotas raciais como as cotas sociais são remendos demagógicos. Entendo que os problemas que elas visam combater são reais. De fato, existe uma grande desigualdade educacional entre pobres e ricos, negros e brancos. Mas a questão é que isso está sendo combatido no lugar errado. Querem consertar as desigualdades do Brasil na porta da universidade, sendo que o problema se origina na educação básica. Não é o vestibular que discrimina. O vestibular é talvez o mecanismo mais justo de seleção. Só passa quem tem capacidade de passar, não há beneficiados. O filho do senador e o filho da doméstica fazem exatamente a mesma prova. Agora, se os que passam são majoritariamente provenientes da parte mais rica de população é por culpa do sistema público, que é de péssima qualidade. Não é o vestibular que é elitista – é o sistema básico que é desigual.

Hoje, cerca de 80% dos alunos da educação básica estão matriculados na rede pública. Não é natural desejar que universidades federais e estaduais atendam também a essa população? A questão primordial é que as cotas não dão conta de incluir toda essa gente. Posso citar alguns números: no estado de São Paulo, menos de 30% dos jovens estão matriculados no ensino superior – há, portanto, pelo menos 70% de excluídos. Dos 30% incluídos, as universidades públicas atendem apenas 15% do total de matriculados, isto é, 4,5% dos jovens – menos de 5%. As cotas não mudam esse cenário porque não criam vagas, elas apenas fazem a redistribuição. Querem criar um programa para incluir mais negros nesse porcentual de 4,5%, mas isso em nada vai alterar o nível crucial de exclusão que temos. Eu sou contra cota racial: ela penaliza outra parte da população que também precisa de estímulos: os brancos pobres.

As cotas são uma falsa ideia de inclusão, então? Exatamente. Mesmo com toda essa propaganda de que a universidade agora está de portas abertas para os alunos da rede pública, 95% da população jovem vai seguir fora da universidade pública. Por isso as cotas são demagógicas. Elas não lidam com o problema, elas criam uma ilusão.

E qual é o verdadeiro problema? No Brasil, existe uma cultura de que ensino superior é sinônimo de universidade. Criou-se esse mito de que todo mundo precisa ser doutor e que curso técnico profissionalizante é algo menor, degradante. O país precisa oferecer cursos diferenciados para populações diferenciadas. Tem gente quem quer aprender sobre as coisas e tem gente que quer aprender a fazer coisas. Temos que oferecer escola para todo mundo, ou você acha que todo mundo precisa estudar física quântica na USP? O Brasil tem que decidir se quer colocar todo mundo na universidade ou se quer criar um ensino superior que ofereça condições para dar à maioria da população a condição para continuar os estudos depois do ensino médio, aprender uma profissão, se inserir no mercado de trabalho e exercer uma cidadania responsável. Mas você vê alguém discutindo isso? Eu não vejo. Só vejo um monte de gente querendo sair bem na foto dizendo que vai colocar mais meia dúzia de estudantes nas universidade federais e estaduais. E achando que com isso vai resolver o problema da educação no Brasil.

Equacionar esses problemas levaria anos. O que fazer pela população pobre, majoritária nas escolas públicas, que está no ensino médio e precisa ser incluída no ensino superior? A solução mais imediatista que vejo é a criação, por parte das universidades públicas, de cursos pré-vestibulares de qualidade para alunos de baixa renda empenhados em ingressar no ensino superior. Alunos das próprias instituições poderiam atuar junto a professores como tutores e, estudantes que almejam ser professores, por exemplo, poderiam fazer estágio nesses cursos. Desde que a universidade chegou ao Brasil, as famílias ricas recorrem a aulas adicionais para garantir que seus filhos tenham o conhecimento necessário para passar no vestibular. Por que não oferecer a mesma oportunidade para os pobres? Esse pré-vestibular permitiria checar quais são as reais dificuldades dos alunos e os métodos mais eficazes para saná-las, pensando em depois replicá-los para a rede pública de educação básica.

O programa do governo estadual prevê que os alunos realizem um curso prévio, de dois anos, antes de ingressar nas universidades, uma espécie de 'college' que garantiria um diploma de nível superior. Isso não seria suficiente? O programa prevê apenas que os que forem selecionados passem pelo curso. Não adianta nada privilegiar meia dúzia de pobres. É preciso oferecer oportunidade de crescimento a muito mais jovens. Pelo sistema que eu proponho, mesmo os jovens que não ingressarão na universidade pública terão a oportunidade de suprir as deficiências que acumularam ao longo da vida escolar. E estarão assim mais preparados para o mercado de trabalho.

Fonte: Veja Online

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

MOTORISTAS BÊBADOS SERÃO MULTADOS EM MAIS DE 2 MIL REAIS

O motorista que for flagrado bêbado será será submetido, além da sanção administrativa, a uma multa maior do que a aplicada atualmente. Hoje, recai sobre eles uma multa de R$ 957,70. O valor passa para R$ 1.915,40, além de cobrar o dobro disso, R$ 3.830,80, em casos de reincidência em um período de 12 meses.

Isso é o que determina a nova Lei Seca aprovada em caráter de urgência pelo Senado Federal e que aguarda apenas a sanção da presidenta Dilma Rousseff e pode começar a valer já nas fiscalizações do final do ano e o condutor que se recusar a fazer o teste do bafômetro será enquadrado criminalmente.

A aprovação da lei vem como uma reação a uma decisão de março do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que enfraqueceu a legislação. O judiciário havia determinado que a punição de motoristas sob influência de álcool ocorresse apenas a partir da comprovação por teste de bafômetro ou de exame de sangue. Como a Constituição Federal garante ao cidadão o direito de não produzir provas contra si mesmo - e por isso estava assegurada a possibilidade de se recusar a fazer o teste - as punições passaram a ser apenas em caráter administrativo, com a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A nova lei não exige que se comprove o estado de embriaguez do motorista, mas uma "capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência". A comprovação poderá ser feita teste de alcoolemia, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova admitidos em direito.

Os teores alcoólicos admitidos pela lei foram mantidos. Hoje, configura-se crime concentração igual ou superior a 0,6 gramas de álcool por litro de sangue. A multa, porém, é aplicada a todos os condutores flagrados sob efeito de qualquer quantidade de álcool no sangue. 

domingo, 16 de dezembro de 2012

Aprovação do modo de governar de Dilma atinge 78%, diz CNI/Ibope

           A aprovação sobre a maneira de governar de Dilma Rousseff atingiu 78%, o maior índice desde o início da gestão em 2011, de acordo com pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta sexta-feira (14).

        Nas últimas três pesquisas realizadas em março, junho e setembro deste ano, a aprovação sobre a maneira de governar da presidente Dilma permaneceu em 77%. A variação, contudo, oscilou dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais.

    A avaliação positiva do governo permaneceu estável. Assim como em setembro deste ano, o percentual dos entrevistados que consideram o governo Dilma "ótimo" ou "bom" é de 62%. O índice de brasileiros que avaliam o governo "ruim" ou péssimo" é de 7%.

        A pesquisa indicou ainda que a popularidade de Dilma e do governo não foram abaladas, apesar de as notícias mais lembradas de forma espontânea pelos entrevistados estarem o julgamento do mensalão, o anúncio da redução da conta de luz, a operação da Polícia Federal Porto Seguro que investiga esquema de corrupção em órgãos do governo federal e a CPI do Cachoeira.

 LULA

        O número de entrevistados que consideram o governo Dilma igual ao governo de seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu de 57% para 59%.

       A popularidade do governo Dilma, contudo, ainda é menor que a do segundo mandato de Lula se comparados os números do mesmo período. Em dezembro de 2008, 73% dos entrevistados consideravam o governo Lula "ótimo" ou "bom" e 84% aprovaram a maneira de Lula governar.
        
         Sem comparados aos números do primeiro mandato de Lula, contudo, Dilma já bateu os recordes de seu antecessor, considerando o final do segundo ano de gestão. Em novembro de 2004, 62% aprovaram positivamente a maneira de Lula governar e 41% consideraram o governo "ótimo" ou "bom". 

         A avaliação do governo Dilma e da atuação da presidente é feita de três em três meses pelo Ibope, a pedido da CNI.

         A pesquisa foi realizada entre 6 e 9 deste mês com 2.002 pessoas em 142 municípios.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

JOÃO SÉRGIO - MÚSICOS PRESTAM HOMENAGEM

Ao completar 12 anos de falecimento do músico e artista campo-maiorense João Sérgio, músicos da Banda Spacial restaram homenagem ao criador da banda.

A homenagem aconteceu no Programa Campo Maior 250 anos, levado ao ar pela Rádio Meio Norte - Campo Maior.

O programa visa levar ao conhecimento do grande público personalidades que fizeram a história de Campo Maior.

Confira a homenagem na voz do cantor Tcharles da Banda Espacial.


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Campo Maior está impedido de receber recursos para obras do Governo Federal

http://bmail.uol.com.br/attachment?msg_id=Mjk3MTM&ctype=cauc.jpg&disposition=inline&folder=INBOX&attsize=94519O município de Campo Maior está inadimplente perante o Governo Federal na comprovação de gastos e aplicação de recursos federais e também quanto a regularização de contribuições previdenciárias. As informações são do Tesouro Nacional, através do CAUC (Cadastro Único de Convênios), que é um serviço auxiliar de transferência voluntária.

Esse serviço funciona como uma referencia ao Governo Federal. Se o município tiver inadimplente, como é o caso de Campo Maior que tem seis pendências, o Tesouro Nacional deixa de fazer as transferências de recursos dos convênios.

A maioria das pendências se refere ao não prestamento de contas por parte da atual gestão com relação aos recursos que foram aplicados em obras e serviços em Campo Maior com o dinheiro do Governo Federal. 
 
Sendo assim, o município está impossibilitado de receber dinheiro de convênios firmados com a União.

MARROR SANTOS - RESPOSTA A ROBERTO CARLOS

A cantora campo-maiorense Marror Santos, na companhia de Neguinho Beija-flor e Isaías, grava clipe com música dando resposta a Roberto Carlos.

Discorrendo sobre as particularidades da mulher - em oposição a Roberto Carlos - Marror surge como a mais nova promessa de Campo Maior na música.

A versão foi apresentada no Programa Campo Maior 250 Anos, na rádio Meio Norte no último sábado, dia 8.

Confira aqui:

ZÉ HENRIQUE FALA DOS DESAFIOS EM NOSSA SENHORA DE NAZARÉ



Em entrevista ao Programa Campo Maior – 250 Anos, na Rádio Meio Norte, o prefeito reeleito de Nossa Senhora de Nazaré, José Henrique, falou dos desafios que devem ser enfrentados nos próximos 4 anos.


Para Zé Henrique o maior desafio é o financeiro. A gestão que ele sucedeu deixou uma verdadeira avalanche de problemas que impedem, inclusive, da prefeitura contratar com o Governo Federal e outros órgãos da administração direta e indireta. “Só na Eletrobrás é mais de um milhão de reais, já que embora a ex-gestora  tenha parcelado a dívida da prefeitura, apenas a primeira parcela foi paga. Nenhum talão de luz foi pago nos últimos anos”.  


Confira os principais trechos da entrevista com exclusividade aqui no Blog do Professor Jorge Câmara.

                                                                   Parte 1

sábado, 8 de dezembro de 2012

SALVE-SE QUEM PUDER - POR SÉRGIO EMILIANO

Os guerreiros de Campo Maior já foram mortos com balas de canhão e agora morrem novamente com a cidade que agoniza. É a história se repetindo. A tradução de “descaso” se revela com o que ocorre por aqui.
 
É o fim de um governo que nunca começou e que vai embora pela porta dos fundos deixando salários atrasados, lixo nos quatro cantos e desgoverno. É o nosso presente de natal, que nesse ano vem sem as luzes, sem decoração pelas praças e monumentos.
 
Falta dinheiro, o comércio definha e a tradição natalina vira apenas uma data no calendário. Nas lojas, cada uma ostenta em suas entradas uma enorme caixa de som tocando forró o dia inteiro.Não se respeita os ouvidos dos clientes, não se respeita escolas, e para completar, vários carros com propaganda fazem poluição sonora livres de multas, cobertos de razão.
 
No fim de ano veremos uma carreata rumo ao litoral fugindo da falta de atrações por aqui.Não teremos bandas na praça, comeremos o mesmo cardápio e beberemos para esquecer de todos os males imaginando um deserto recheado de diversão.
 
Nas churrascarias, televisores ficam sintonizados nas novelas ou em som de bandas de forró.Somos atendidos por garçons arrogantes, comida ruim e roubo nas contas.Até o gosto da carne de sol já não é o mesmo. Que venha o tambaqui.
 
Enquanto isso, somos assediados por viciados em crack implorando por cinco reais.Antes eram dois reais.Bons tempos aqueles...
 
A polícia já não dá conta dos homicídios, dos assaltos e roubos.
 
A ambulância do SAMU vive eternamente suja de sangue pois não têm tempo de lavar. É mais uma batida de motos que acontece e que nem ligamos mais.São os acidentes que se banalizam diante dos nossos olhos. Os guardas de trânsito sumiram, do mesmo modo que o dinheiro dos seus contracheques. 

Salve-se quem puder. Como não ter receio de uma situação assim? Eu observo a cidade, moro nela desde que nasci, tenho o pleno direito de protestar, de querer o seu melhor. Eu exijo que ela melhore, vire um espaço de vergonha para se viver.
 
 E o que dizer da situação do açude? Em sua lenta agonia, a poluição jogada pelos seus vizinhos mais próximos mostra a sua revolta. Ainda bem que eles são os primeiros a sofrer com a podridão que exala. Os que aterraram o açude fazendo os seus “puxadinhos” que o digam. O cheiro de merda e urina chega primeiro nas narinas deles e dos donos de bares e churrascarias. É a maldição do gigante que agoniza junto com a cidade.

No lixão, mais uma família se instala por lá e tem como cúmplice, a alegria dos urubus que sobrevoam os telhados empoeirados do Renascer.

Demos mais uma oportunidade ao Paulo Martins esperando um governo sério e justo, pois a cidade já não suporta tantos descasos. Espero que ele tenha aprendido o que é uma cidade ser abandonada, jogada a sua própria sorte. Chega de concessões, basta de negociatas, vamos salvar Campo Maior.
 
Sergio Emiliano.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O VAQUEIRO, O CAVALO E O GADO. José Omar Brasil



O vaqueiro!
É renúncia e abnegação,
O estandarte da fé, do sacrifício,
Da bravura e da determinação.
É paixão desprovida de ilusão,
O “símbolo do nosso povo”
E “Bem Cultural da Nação”.

Parceiro da solidão,
Resistiu às adversidades,
Os obstáculos e a resignação,
Integralizou raças e povos,
Fez o tempo e a história
E estabeleceu a ocupação.

O ferro em brasa
Que traçou em fogo
A marca da colonização;
Rasgou terras,
 Instituiu fronteiras,
Disseminou riquezas
Ao longo da caminhada,
Dos trezentos anos
De cultura e civilização.

Explorou matas e chapadas,
Escalou serras e quebradas,
Enfrentou vendavais e trovoadas
Fez jorrar água do chão,
Levantou currais e moradas,
Abriu clareiras e estradas,
Por todo esse torrão.

O cavalo!
Desprovido da razão,
Não fala, mas entende a ocasião;
Importante coadjuvante
Na construção da história,
Na interiorização do gado,
No devassar do sertão.

 O fiel companheiro,
O parceiro das horas,
Dos agravos e das vitórias
Do caminhar da revolução.
O escudeiro das lutas,
Insigne das glórias
E determinante na integração.

O gado!
Não raciocina,
Mas obedece ao instinto,
 Segue consciente a rotina