quarta-feira, 14 de março de 2012

Só 11 municípios do Piauí pagam o piso do professor

Trabalhadores em Educação entraram em greve e ameaçam não iniciar o ano letivo na Rede Estadual, marcado para o dia 27 de março

Fonte: Diário do Povo (PI)
http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/21830/so-11-municipios-do-piaui-pagam-o-piso-do-professor/

Menos de 5% dos municípios do Piauí pagam o piso nacional dos professores, reajustado na semana passada de R$ 1.187,00 para R$ 1.450,00 pelo Ministério da Educação. Nem o Governo do Estado ainda está pagando o valor total. Atualmente, o pagamento feito pelo Estado está em R$ 1.187,00, por isso, os trabalhadores em Educação entraram em greve e ameaçam não iniciar o ano letivo na Rede Estadual, marcado para o dia 27 de março. Eles querem greve também nos municípios.
A Associação Piauiense dos Municípios (APPM) não tem levantamento de quem paga e quem não paga o piso nacional, mas os prefeitos reclamam da queda de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), do aumento do salário mínimo e agora com o piso nacional dos professores. Os professores e demais trabalhadores em Educação vão parar as atividades nos municípios que não pagam o piso nacional, segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Piauí (Sinte-PI). Até agora, segundo um levantamento do Sinte-PI, somente onze dos 224 municípios pagam o piso dos professores: Água Branca, Barras, Regeneração, Barra D"Âlcântara, Pio IX, Campo Maior, Demerval Lobão, União, Esperantina, Batalha e José de Freitas.
Segundo os núcleos do Sinte-PI no interior, nem as maiores cidades pagam o valor do piso, incluindo a capital, Teresina. O secretário de Assuntos Educacionais do Sinte-PI, João Correia, disse que os servidores vão deflagrar greve no interior. "Estamos pressionando os prefeitos e os vereadores para aprovarem o pagamento do piso nacional. Se não tiver acordo, teremos que ir à Justiça. Estamos tentando negociar com os prefeitos e com o Governo do Estado", explicou João Correia.
Segundo ele, o argumento dos prefeitos é que os municípios não têm recursos para pagar o piso nacional. João Correia afirmou que os recursos já estão disponíveis no Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica), que teve aumento de 22% no repasse da Educação, para pagamento do nosso piso aos professores. "Eles não têm como alegar falta de recursos. Existe dinheiro para isso. E o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) disponibiliza os recursos para complementar os Estados e Municípios que não podem pagar. Para isso, basta que os governadores ou prefeitos demonstrem transparência nas contas públicas. Mas, ao que parece, nenhum quer provar isso", adiantou o secretário educacional.
Segundo dados da Secretaria de Educação do Estado, o pagamento do piso nacional dos professores, com valores retroativos a janeiro, incorreria num impacto financeiro de R$ 17 milhões na folha de pagamento da Educação, que tem mais de 24 mil professores.

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