quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Cristovam classifica de 'desastre' não vincular royalties à educação

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) classificou como "um desastre" a aprovação do projeto de lei que redistribui os recursos dos royalties do petróleo para beneficiar mais igualmente Estados produtores e não produtores. A proposta, originária do Senado, foi aprovada na Câmara dos Deputados na terça-feira.

Ao contrário do substitutivo apresentado pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP), texto apoiado pelo governo, a versão aprovada não atrela os recursos dos royalties a gastos em educação, o que para o parlamentar representa a maior derrota sofrida pelo setor. "Fomos derrotados. Houve uma dessas votações absurdas, 'pela liderança', em que ninguém sabe quem votou. Se perguntarem como votaram os senadores, a maioria nem sabe como votou", criticou o senador.

O parlamentar pediu que o governo "barre" o projeto e defendeu a votação do projeto substitutivo 594/2011, de sua autoria e do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), para evitar que a questão seja julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

"Falei ontem mesmo com o ministro (da Educação, Aloizio) Mercadante, com a ministra (da Casa Civil) Gleisi (Hoffmann), dizendo que temos que encontrar uma saída para barrar esse projeto, que está nas mãos da presidenta, temos que fazer isso, enquanto costuramos um novo projeto. Aquele do senador Aloysio Nunes, com minha participação, está em andamento no Senado", disse.

A proposta dos senadores destina a rentabilidade de um fundo a ser criado com os recursos dos royalties da exploração do petróleo da camada pré-sal para as áreas de educação e ciência e tecnologia. Também distribui esses recursos levando em consideração a população de estudantes matriculados em cada município. Cristovam comparou os recursos do pré-sal ao ciclo do ouro, entre os séculos 17 e 18, e disse que o Brasil não pode desperdiçar essa nova oportunidade de utilizar uma riqueza finita para torná-la infinita, ao investir em educação.

"E qual é a maneira para fazer esse petróleo ser permanente? É usá-lo naquilo que significa um investimento maior de transformação de um povo, que é a educação de suas crianças. Não há outra saída, a não ser essa", disse. 

Fonte: Terra Educação

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