segunda-feira, 24 de junho de 2013

No Piauí, mais de 44 mil docentes trabalham em mais de uma instituição

Levantamento da Sinopse Estatística da Educação Básica 2012, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) que utiliza como base o Censo Escolar, apontou que exatamente 44.351 mil professores dão aulas em mais de uma escola no Estado do Piauí. O número mostra pequena queda em relação ao registrado em 2011, quando o índice mostrava que mais de 45 mil professores – pertencentes a todas as redes de ensino – trabalhavam em duas ou mais escolas.

São várias as razões que levam os professores a pedir transferências, desde as questões práticas, como o desejo de trabalhar em uma instituição que fica perto de casa, até problemas mais preocupantes, como ameaças, condições precárias de trabalho e violência. A aprovação de docentes em concurso públicos também está entre os motivos de transferência. Para os alunos, o resultado desta migração dos professores, é a mudança comportamental dos estudantes e também a queda do rendimento e produtividade.

Existem diversas denúncias de professores que apontam para a insegurança sentida nas salas de aula e as escolas ainda não oferecem atendimento psicológico para alunos e profissionais e também não há ações que procuram envolver os pais com as escolas.
Os motivos de transferência dos professores são relativos e também dependem de cada região. Muitos professores que moram no interior, por exemplo, onde não há atendimento adequado de saúde, acabam pedindo transferência para outros lugares quando apresentam algum problema de saúde.

Cristina Garbuio é supervisora pedagógica de matemática do Instituto Qualidade no Ensino (IQE) e explica que os professores normalmente ficam inseguros em assumir uma turma na metade de um período letivo, porque na maioria das vezes eles precisam dar continuidade a um trabalho sobre o qual, em grande parte das vezes, falta mais detalhes e informações.Além disso, Cristina diz que o processo avaliativo dos alunos também fica prejudicado, porque ele é baseado no avanço de aprendizagem de cada estudante, o que é feito através de avaliações diárias feitas pelo professor. Além disso, ela considera que este avanço está ligado à didática utilizada pelo professor e também pela afetividade que há entre professor e alunos.
A especialista ainda considera que ainda está muito longe da realidade do Brasil a verificação de professores que trabalham em apenas uma escola, e que são remunerados pelo período diário em que se dedicam à preparação de aulas. Ela completa ainda que o trabalho do professor, sem dúvida fica comprometido quando ele dá aula em mais de uma instituição e é responsável por muitas turmas.

A especialista cita como exemplo a Coreia do Sul, país onde os professores trabalham respeitando regime de dedicação exclusiva e ainda têm direito garantido pela lei para trabalhar quatro horas por dia com foco no preparo das aulas e atendimento aos alunos.
FONTE: Notíciabr

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