quinta-feira, 10 de abril de 2014

País precisa de novo modelo para educação pública, dizem especialistas

A necessidade de se definir um novo modelo para educação pública no Brasil foi defendida nesta quarta-feira (9), no Senado, em audiência pública da Comissão Especial de Financiamento da Educação. Os especialistas do setor que participaram da discussão divergiram sobre como deveria ser esse novo modelo, mas concordaram que o sistema atual não oferece qualidade de ensino suficiente para que o país dê um salto de desenvolvimento.

A comissão foi criada ano passado para buscar soluções que aumentem os recursos disponíveis para educação pública por todo o país. Para os convidados do debate desta quarta, os critérios do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), responsável por distribuir entre estados e municípios recursos destinados constitucionalmente à educação, fazem com que o repasse de verbas seja desigual, o que acaba prejudicando a qualidade geral do ensino.

Segundo o professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fernando Rezende, o Fundeb não é capaz de corrigir disparidades regionais. Em sua opinião, é preciso “discutir a única reforma que foi esquecida nos últimos 20 anos: a reforma orçamentária”. Rezende ressaltou que não há como conseguir mais recursos para a educação, uma vez que o orçamento federal está cada vez mais apertado. A saída seria reformular as destinações já existentes.

As críticas ao Fundeb foram compartilhadas por André Amorim Alencar, representante da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Entre os problemas do fundo, ele destacou o fato de que somente o número de alunos matriculados nas escolas é levado em consideração na partilha de recursos  e não a qualidade do ensino da instituição.

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