segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Itaú bancou 83% do “Marina Esperança”

7 de setembro de 2014 | 12:24 Autor: Miguel do Rosário

Que lindo!
marina_neca_setubal_ayrton_vignola_ae_31082010_288Agora sim descobrimos que a herdeira do Itaú, Maria Alice Setúbal, carinhosamente apelidada de Neca Setúbal, é realmente uma “educadora extraordinária”. “Educou” Marina direitinho: ensinou-lhe, por exemplo, que ela pode recuar em tudo, menos na defesa da autonomia do Banco Central.

Segundo asseverou Marina Silva, num debate recente, Neca está no mesmo nível moral e político que Chico Mendes. Enquanto Chico Mendes organizava o sindicato de seringueiros, abrindo o caminho político para Marina Silva, anos mais tarde, se eleger pelo PT, Neca Setúbal também mexia seus pauzinhos na política brasileira.

Chico Mendes pagou com sua vida para tentar mudar a realidade triste dos seringueiros do Acre. Neca seguiu um caminho bem mais confortável: doou R$ 1 milhão para o programa “Marina Esperança”, ou 83% de tudo que o instituto Marina recebeu ao longo de sua história.

Chico Mendes trabalhou para a consolidação do principal partido de esquerda do país, o PT. Neca Setúbal operava e opera para derrotar o PT.
Enquanto Chico Mendes arregaçou as mangas e foi candidato a deputado estadual pelo PT, Neca Setúbal arrumou uma marionete para ser a sua candidata a presidente da república. 

“Marina Esperança” é a esperança de que os bancos privados, Itaú à frente, assumam de vez as rédeas da nação.

É merecido! Os bancos já são os que mais recebem dinheiro do governo, através dos juros. É justo que ocupem logo o lugar que lhes cabe: o poder executivo!

Reportagem da Folha revela que a “educadora” Neca Setúbal, além dos R$ 1 milhão doados à Marina, via Instituto Marina, doou R$ 470 mil a três candidatos (dois do partido de Marina, do PSB; e um do PV). Também doou a um senador. E mais R$ 200 mil para a campanha presidencial do PSB. Só aí temos R$ 1,67 milhão. Isso é o que vem declarado. Fora os empréstimos pessoais, os jantares de luxo, as doações informais. Fora os apartamentos emprestados, como é o caso daquele onde vive Marina Silva, pertencente a um fazendeiro milionário de direita, filiado ao DEM, proprietário de terras em Mato Grosso e Pará, e dono de uma rede de postos de gasolina. (Um cara muito ecológico; qualquer ambientalista teria orgulho de ter um amigo assim!)

Marina se tornou uma figura amada por banqueiros e fazendeiros! Uma doa R$ 1 milhão, outro lhe empresta um apartamento de luxo em São Paulo. Pena que Chico Mendes não conheceu Neca (nem o fazendeiro e dono de postos de gasolina)! Acabariam seus problemas financeiros! Seria eleito facilmente deputado nas eleições de 1982! Só que não.
Chico Mendes não aceitaria ser marionete de um banco privado que deve R$ 18 bilhões ao fisco, e que, junto com outros bancos, tem sido beneficiário do que talvez seja o maior roubo da história da humanidade: o assalto ao povo brasileiro via pagamentos de juros alucinantes sobre a dívida pública.

Alguém já parou para calcular quanto os bancos brasileiros ganharam, desde a redemocratização, com o pagamento de juros pelo Tesouro Nacional? Trilhões de reais? Sem falar no Proer, o escandaloso “bolsa banco” de FHC, que doou quase R$ 90 bilhões aos bancos privados, em valores atualizados.

Pensando bem, Neca fez um bom investimento. Agora entendo porque Marina tem copiado o slogan de Lula em 2002, e diz que o medo irá vencer a esperança. Num governo Marina, os banqueiros e a mídia vão perder o medo, e terão esperança de retorno aos dias gloriosos da era tucana, em que não só eram os mais ricos e mais poderosos do país (como são até hoje), mas ocupavam o centro do poder político.
Viva Chico Mendes!
Viva o Brasil!

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