quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O caminhar da Educação pública


Francisco Borges

Todos os educadores têm como característica o idealismo e a crença na possibilidade de melhorar. A busca pelo aprimoramento integra a concepção e proposta de sua atividade. Assim, se ainda estamos na fase do slogan ‘Pátria educadora’, devemos considerar a capacidade de criação e desenvolvimento de gestores, professores e alunos para superarmos a crise que atinge todos os segmentos, inclusive o da Educação.

Ao contrário do que ocorreu em 2015, o Ministério da Educação mostra clareza e transmite sinais de continuidade em suas políticas. O Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) tem suas regras definidas, assim como seu número de vagas.

Em cada microrregião, 70% das vagas serão distribuídas a três eixos de conhecimento, o que prioriza as carreiras dadas como estratégicas pelo governo federal: 45% para cursos na área de Saúde, 35% para cursos de Engenharia e 20% para Pedagogia. Das vagas na área de Saúde, 15% serão destinadas aos cursos de Medicina. O limite de 350 mil vagas para novas adesões ao Fies é baixo em relação aos números de 2014, mas garante estabilidade necessária à política pública de acesso à Educação Superior.

O mesmo se observa no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). A análise quantitativa do número de participantes, sem alterações significativas, soa, em ano de indicadores tão ruins, positiva. Dos 7,7 milhões de inscritos, 5,8 milhões de candidatos participaram do exame em pelo menos uma das provas. Os aprovados, 3,3 milhões, representam 60,3%. Além do número de participantes e as notas médias manterem-se estáveis, houve crescimento da faixa de aprovados.

Outro sinal para que haja retomada do setor educacional é a discussão de nova proposta curricular para o Ensino Médio. Instituições privadas, governamentais, associações e secretarias de Educação dos Estados discutem, com grande propriedade, a redução da carga horária obrigatória das disciplinas essenciais como Português, Matemática, Lógica, Redação mínima de 2.400 horas anuais para 1.200 horas. O restante seria destinado a humanas ou biológicas ou exatas ou formação técnica, de acordo com a opção do aluno, que passaria a se dedicar a temas com os quais possui mais afinidade, o que motiva a continuidade de aprendizagem e converge para o cumprimento das metas do PNE (Plano Nacional de Educação).

Com esse quadro, por pior que seja a crise, pode-se acreditar em evolução social e econômica. A Educação gera cidadãos mais conscientes, preparados, mais produtivos e capazes de levar o País à retomada do crescimento.

Francisco Borges é consultor da Fundação FAT em gestão e políticas públicas voltadas ao ensino


Do Diário do Grande ABC

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