sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Onde estão nossas "Anas Júlias"?

Capa do livro que foi leitura obrigatória aos jovens católicos do início da década de 80
A minha geração - quando do ensino médio - foi muito feliz quanto à sua formação política-social. A Igreja Católica foi decisiva ao estimular o estudo de documentos do Vaticano II, Puebla, Medelin, dentre outros de tamanha importância para nossa formação. Idos de 80! (Pasme!!! Século passado). Nos final de 70, tive a oportunidade de ler o livro acima, motivo de muito orgulho por entender a comunicação e a educação nos dias de hoje.

Hoje, percebemos que o foco da nossa juventude está voltado para outros assuntos de menor relevância. Não que sejamos contra as baladas, afinal, na minha época, também havia boates famosas e não perdíamos um final de semana. Mas essa atual geração juvenil, vem sendo influenciada nos últimos anos  por uma mídia que tenta tenta esvaziar valores, extinguir participação e demonizar a política. A maioria dos jovens que hoje participam da vida política representam velhos valores ou apenas marcam o territória da sua cepa.

Poucos são os que têm a coragem da jovem Ana Júlia, estudante catarinense que demonstrou sua formação político-social, quando pela primeira vez usou uma tribuna parlamentar para defender a ocupação das escolas, demonstrando que os jovens são capazes de transformar esse mar de incertezas que se abate sobre a educação brasileira.

A grande imprensa, coadjuvante do golpe que se instalou no Brasil, faz vistas grossas sobre a nuvem escura que sombreia a educação e a cultura brasileira. Ela, que defende valores arcaicos, detona o futuro desse país, uma vez que não se pode pensar em futuro sem ter todos os estratos sociais sejam contemplados. Essa imprensa defende apenas as camadas que não precisam do Poder Público para suas necessidades educacionais e culturais.

É necessário inspiração no posicionamento de jovens como Ana Júlia para que possamos também, aqui, demonstrarmos nossa preocupação com os rumos do que estão desenhando no Brasil e que terá sobre nós, os mesmos efeitos de uma bomba atômica.

O Jornal El País, na sua versão em Português, traz uma opinião bastante abalizada quanto ao movimento que varre as principais cidades brasileiras.

ANA JÚLIA E A PALAVRA ENCARNADA


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